À Agência Lusa, o administrador de insolvência da Oliveira e Baião – Hotelaria e Turismo, Wilson Mendes, afirmou que não foram apresentadas quaisquer propostas de aquisição no leilão ‘online’ que decorreu até às 16h00 de 26 de Outubro.
“Neste momento, encontra-se o administrador de insolvência a ponderar, junto da comissão de credores nomeada no processo, o eventual prosseguimento da liquidação para uma nova fase de venda, cujos termos ainda se encontram por definir”, lê-se na resposta. O leilão tinha um valor base de licitação de 2.140.025 euros e mínimo de 1,8 milhões de euros. O equipamento, instalado na Quinta das Pratas, possui um direito de superfície, concedido pela Câmara do Cartaxo em 1998, e é válido por 70 anos, sendo a única unidade hoteleira existente na cidade.
O presidente da Câmara do Cartaxo, João Heitor, disse à mesma agência que o equipamento “tem uma importância enorme” para o concelho, colocando o município como condição que mantenha a mesma funcionalidade. Já ao Correio do Cartaxo, o autarca avançou que já teve a oportunidade de se reunir com o administrador da insolvência e partilhar a sua perspetiva em relação ao futuro do hotel.
“Para nós, o único fim que achamos que podem ter aquelas instalações é, de facto, um hotel e que faz muita falta à cidade e ao concelho”, disse João Heitor, que espera pelas próximas fases do processo, porque “achamos que aquele imóvel tem que ser ativado o mais depressa possível enquanto hotel”.
Neste sentido, o presidente da Câmara do Cartaxo explica que esta reativação é importante para promover o concelho como um ponto turístico, e consequentemente, trazer mais investimento. O hotel da Quinta das Pratas declarou-se insolvente em 2014, e o processo seguiu para o Tribunal do Comércio de Santarém, tendo sido alvo de vários recursos a instâncias superiores e de resistência na entrega do equipamento ao administrador de insolvência, o qual teve de recorrer às forças policiais para a posse efetiva do espaço.
Entre os credores do hotel contam-se o Instituto de Turismo de Portugal, que reclama um crédito de perto de 2,5 milhões de euros (77%), o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (412,6 mil euros), a Autoridade Tributária (187 mil euros), entre outros, nomeadamente algumas pessoas singulares, incluindo trabalhadores, num total de 3.218.271 euros de massa insolvente.
O edifício está instalado num terreno com quatro mil metros quadrados, contando com três pisos, dois dos quais com 15 quartos cada, recepção, bar, restaurante, cave com quartos para o pessoal e manutenção e uma sala que a Oliveira e Baião cedeu para ginásio e discoteca. Para além do hotel, em direito de superfície, o leilão incluí ainda o recheio do hotel, avaliado em 15 mil euros e uma viatura.