A Associação Tico e Teco, em Vale da Pedra, tem atualmente cerca de três centenas de gatos, repartidos entre cerca de 200 adultos e 100 bebés. Se na altura do confinamento, as adoções eram quase diárias, atualmente, com o regresso à vida normal, o processo é o inverso.
Filipa Veiga, responsável pela associação, já nem sabe quantos animais foram entregues à Tico e Teco nos últimos meses. “Muitos destes gatos pertenciam a idosos ou que morreram ou que voltaram para os lares e os familiares não querem ficar com eles”, conta ao Correio do Cartaxo.
No entanto, a estes gatos, juntam-se ainda os gatos de rua. O confinamento obrigou a que as pessoas ficassem em casa e com isso, deixou de haver voluntários para os capturar, o que levou a uma maior liberdade dos gatos, o que contribuiu para o aumento de gatos bebés, explica Filipa Veiga.
Contudo, muitos dos gatos acolhidos pela Tico e Teco também são provinientes dos programas CED (Capturar, Esterilizar e Devolver), promovidos pelas autarquias. Muitos destes animais, conta a responsável, “vêm com problemas que é preciso tratar primeiro antes de devolver às colónias”.
Todos os gatos que chegam à Tico e Teco são sujeitos a um período de quarentena, para despistar eventuais doenças, sendo que depois são esterilizados. Nenhum gato é entregue para adopção sem microchip e sem ser esterilizado.
Em 2020 chegou a haver adopções todos os dias
Nesta associação, criada em 2013, há, em média, cerca de 20 adopções por mês, embora possam existir meses sem que nenhum gato seja adoptado. Em 2020, “chegámos a ter dias com agendamentos de meia em meia hora. Houve um dia que foram adoptados 13 gatos numa só manhã”, acrescenta Filipa Veiga, que trabalha na associação a tempo inteiro, juntamente com mais uma voluntária.
A Tico e Teco tem também instalações nas Caldas da Rainha, sendo que os dois edifícios são propriedade de Filipa Veiga. A casa no Vale da Pedra inclui várias divisões, onde são colocados os gatos por faixas etárias: de um lado estão as gatas e as suas crias; de outro, o infantário, ou seja, o local onde estão os gatos bebés que já não dependem das mães; outra divisão está destinada para os gatos adultos que não conseguem socializar com outros gatos; outro espaço reservado para os gatos adultos; e ainda um espaço para realizar a quarentena dos animais quando chegam.
Um dos desejos da associação é, no futuro, vedar o espaço para evitar que os animais passem para os terrenos vizinhos. Em oito anos de actividade, a Tico e Teco conseguiu passar de um gatil para três, e esperam conseguir criar mais espaços para acolher os gatos.
Contudo, a Tico e Teco começou como uma organização de angariação de alimentos, e por isso, o nome é baseado nas duas personagens da Disney, que vivem a sua vida a recolher bolotas. Para além dos alimentos, faziam ainda esterilizações a preços mais baixos, e foi assim que passaram a recolher animais.
“Uma vez fomos à Associação Abrigo [em Azambuja] dar apoio à esterilização, recolhemos uma gata que estava quase a dar à luz e ficámos com os gatinhos, e foi assim que começámos a acolher gatos”, conta a responsável da Tico e Teco, que tem um protocolo assinado com a Câmara de Azambuja a propósito do programa CED.
Se quiser contribuir para a Tico e Teco, pode fazê-lo através do NIB: 0035 0129 00015830 030 77 ou, se preferir, pode entregar os artigos diretamente nas instalações. Atualmente, a associação está a precisar urgentemente de artigos veterinários, tais como desparasitantes para as pulgas, resguardos, entre outros.
Reportagem publicada na edição de Setembro do Correio do Cartaxo, já disponível gratuitamente no comércio tradicional.