13 junho 2018
Depois de “Crime de Aldeia Velha” de Bernardo Santareno e “Mar” de Miguel Torga, a Área de Serviço volta a levar à cena grandes textos de grandes autores nacionais, desta vez “Forja” de Alves Redol, autor, entre outros, dos romances “Gaibéus”, “Marés”, “Avieiros”, “Porto Manso”, “Os Homens e as Sombras”, “Cavalo Espantado” ou “Barranco de Cegos”.
“Forja”, texto de 1948, foi proibido pela censura e só foi levado à cena em Portugal cerca de vinte e um anos mais tarde, no Teatro Laura Alves, com encenação de Jorge Listopad.
Este espetáculo, encenado por Frederico Corado, é uma história sobre os Malafaia que vivem para a forja e pela palavra do pai, um retrato da vida de um certo tempo onde cada um esconde as suas verdades e as suas ambições, nunca se dando a conhecer por completo àqueles que lhe são mais importantes.
No longo Prefácio que em abril de 1966, Alves Redol escreveu para a edição do volume Teatro I, que incluía as peças “Forja” e “Maria Emília”, o autor explica o profundo significado social e político desse texto:
“A forja desta tragédia é Hiroxima, tão distante e tão perto de cada um de nós. Nela arderam homens como meus tios se queimaram em pequena forja de ferreiro, todos sacrificados à mesma mão incendiária que os devorou.”
A peça sobe ao palco do Centro Cultural do Cartaxo na próxima sexta-feira, 15 de junho, pelo elenco residente da Área de Serviço e por algumas caras novas que fazem parte do projeto de teatro comunitário. Abrem-se as cortinas às 21h30.